sábado, 20 de abril de 2013


Ai de mim, sem ter remendo
Um arremedo de nostalgia e sonho
Desço numa cascata de puro veneno
Invadindo as almas sem respeito

Sozinha no leito, na lembrança
Refletindo meu interesse, vago
E o som da sua música
Entrecortando os meus disparates

Soltando-se de minha língua
Antigos verbos se contradizem
E hoje eu não sou nada 
Além de uma ciranda de palavras
Brincando com o fogo da imaginação

Ai de mim que tenho pressa
Só não tenho a minha chance
De morder, de arriscar me perder
Na iris turbulenta de um teu certeiro olhar
Me devassar e devastar ao redor
O teu desejo, a tua introspectiva inspiração

Eu que só quero o alarde louco
Destes segundos que são raros
Me desfazendo no teu corpo
Em notas delirantes, variando
O mesmo eterno tema de toda noite

Sereno é meu desespero
Envolto no cetim dos teus delírios
Arqueando loucas minhas palavras
Bebem tuas imagens
Sou mais uma criança
Dançando ao som dos sinos



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