domingo, 21 de outubro de 2012

Meus versos assim dispostos sobre a mesa
Parecem prever um destino sombrio...
Seu olhar atinge algo vital em mim
E  sinto faltar um raciocínio qualquer
Que me afaste do feitiço deste riso!
É tão estranho... mas fico mais viva
Na ausência de ar...que provoca esta hora!
Eu me desfaço num gesto medíocre ,
Um infrutífero aceno da sua mão
E encontro meu rumo entre seus dedos...
A tinta que tinge a folha mais limpa
É um beijo que cai sobre meu rosto esquecido...
E dele advém toda inspiração, viço, aroma!
E sinto que vai ficando tarde outra vez...
Ou será que toda esta escuridão são meus olhos
Que se fecham para melhor te perceber?!
Meu amor, a poesia nasce
No toque furtivo dos teus alegres dedos!
Nas palavras que roubo da tua boca,
Nas juras que vão escorrendo pelos lábios,
Na efervescência crescente do teu desejo!
Ah! Na pura forma que teu corpo embala!
É em perder a lucidez enquanto encontro
Os teus suspiros vorazes, arquejamentos!
Somos música, somos verso, somos arte no quadro!
E não há gênio que não se lamente
De assim não nos ter imortalizado!
Outros poetas até podem cantar
Aquele amor de cores pálidas
Que te deixam até mesmo doente.
Mas o meu verso nasce sempre na sanha
De um langue sorriso, de um desejo que arde
Inflamando, entre outros tantos sentidos:
O tato,meu bem! A pele!
O meu verso é o desejo vivamente manifesto
Na carne...
Em febre!


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