quinta-feira, 25 de outubro de 2012



Eu só queria atacar esta dor
Acabar com esta falta de sentido
Queria que na força do verso
Essa ausência se perdesse
Numa nuvem de átomos invisíveis
Que toda essa confusão
Se desviasse da via que me alcança

Eu só queria desobrigar-me de ser
De pesar, de pensar e estar
Perder o condicionamento
Entrar sem evasivas
Morrer a este falso senso
E ao título de malfadada
Andar presa somente
No cheiro da rua, em reentrâncias
Que todos desconhecem

Eu gostaria de me aventurar
Insana e efervescente
Dentro de alguma hora sonolenta
Lentamente entre as fronhas de um doce travesseiro
E acordar outro dia
Em brasa, em sede, em fome...
Repleta, entretanto

Eu queria apenas quebrar o ritmo
Que me move nestas correntes
Abraçar o que preciso
Uma vez em liberdade
Uma vez por inteiro
Uma vez que fosse para sempre...

Eu queria ser eu mesma
Por um dia
Apenas isso
E isto somente





2 comentários:

  1. Ser a si mesma completa deve ser sentir o ápice da vida.

    Beijos.

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  2. Veja lá no Sem Pudor, te indiquei para o Prêmio Dardos.

    Beijão!

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