segunda-feira, 16 de abril de 2012


Eu quis fazer um poema curto
De coisa pouca e singular
Para encurtar distâncias
E juntar sentidos e histórias
E devagar notei que a canção
De si para si falava e falava
E eu quis ficar para ouvir
Os sussurros que ainda
Ela ,de mim, segredava
E perdi a linha e a métrica
Por enamorar-me de sua palavra
E foi crescendo num ímpeto
Cada verso a si descobria
E eu mais perdido ficava
Tonto já das espirais que subiam
Contemplar tão absorto
Estava a sós contigo, Poema
Nas distâncias abissais
E evocavas do meu âmago
Variadas emoções
E alongavas cada memória
E minha mão mais apertavas
Nem meu rude trato
E a pouca compreensão
Da minha mente anuviada
Afastaram os teus ecos
Os teus magníficos fantasmas
E na alquimia torta do fazer-te
Estava eu, teu escravo,
A ser totalmente refeito
Às margens de mim
Ao ver nestas águas
A ti somente contemplava...





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